quarta-feira, 20 de junho de 2012

A ERC, para quê?


Já era previsível. Só por ingenuidade alguém poderia pensar que a ERC, a tal Entidade Reguladora para a Comunicação Social, iria dizer, “preto no branco”: “O Relvas pressionou de uma forma inaceitável o jornal Público e a jornalista que investigava as relações entre ele e o espião Silva Carvalho”. É óbvio que não, pois três dos cinco elementos que compõem o conselho regulador foram escolhidos por ele. Ora …, ninguém gosta de cuspir no prato onde come. Mas como não podia negar as evidências, a ERC teve o cuidado de dizer que o ministro não fez pressões ilícitas ao jornal ou à jornalista. E…, bonito, muito bonito, diz mais, diz que não se verificou a existência de um condicionamento da liberdade de imprensa. Ah, mas não tem dúvidas de que Miguel Relvas ligou mesmo para o jornal, pelo menos em três ocasiões e que o fez “visivelmente irritado”, tendo dito que a continuar assim, deixaria de falar com o jornal. Então, pergunto: Isto não foi uma forma de pressão, para que a jornalista se calasse ou fosse branda? Alguém tem dúvidas disso? Só a ERC tem e, por isso, acha que a atitude do ministro poderá ser apenas objecto de um juízo negativo no plano ético e institucional, mas não feito por ela, ERC.
Perante estas conclusões de tão douta entidade, e ainda tendo em conta que o seu presidente pensa que “a deliberação defende e reforça o poder editorial” (dá para rir!), só posso concluir que a ERC não serve para nada. Por isso, acabe-se com ela. 

1 comentário:

500 disse...

O problema não é da ERC, que serve o governo de turno, mas de todas as Reguladoras. Não servem a ninguém, salvo ao poder instituido ou às grandes empresas mais ou menos monopolistas. São uma fraude completa, que sugam os dinheiros dos contribuintes e onde se acoitam, normalmente, os reformados da política activa. São apenas uma máscara que ocultam o rosto dos diversos poderes instituidos.Um nojo.